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A pele que habito: Enzimas

terça-feira, 5 de julho de 2016

Enzimas

Enzimas são moléculas muito complexas que aceleram diversas reações químicas essenciais para o funcionamento da vida, e que de sem elas levariam muito mais tempo a acontecer. Estão presentes em todos os seres vivos, desde os vírus até aos seres humanos, e neles podem ter funções muito diversas.

Por serem tão variadas, algumas enzimas têm-se revelado particularmente úteis em dermatologia, e mais recentemente em cosmética. Embora ainda não existam muitos produtos a usar este tipo de tecnologia, nesta publicação falo-vos das aplicações de algumas enzimas que já é possível encontrar em cosméticos

Esfoliação


  • Papaína
É extraída da papaia e tem a capacidade de cortar as ligações entre as células das camadas superficiais da pele, atuando como esfoliante. Aliás, a papaína já é usada há alguns anos para desbridamento de feridas.

Contudo, esta enzima só está presente em quantidades significativas nos frutos verdes. Por este motivo, é preferível utilizar produtos em que a enzima é adicionada na sua forma pura em vez daqueles que utilizam o extrato de papaia.

  • Bromelaína
A bromelaína é uma enzima extraída do ananás, que tem também a capacidade de esfoliar a superfície da pele. Além disso, esta enzima tem também alguma ação anti-inflamatória.


  • Cathepsin D
Ao contrário da papaína e da bromelaína, esta enzima está naturalmente presente no corpo humano, onde tem uma função esfoliante. No entanto, e com o fotoenvelhecimento da pele, a sua concentração à sua superfície é reduzida, o que contribuiu para uma menor renovação das camadas superficiais, com um espessamento da epiderme e perda de luminosidade. Um estudo mostrou que esta enzima consegue não só melhorar a capacidade de renovação da pele, mas também a sua hidratação.
O seu uso em cosmética é mais raro.

  • Enzimas de abóbora, romã, e outras
Muitas enzimas são difíceis de extrair do interior das suas matrizes vegetais, em parte porque as temperaturas mais elevadas podem degradar estas moléculas. Assim, surgiu a necessidade de recorrer a outras formas de isolá-las.

Uma delas é a fermentação por microorganismos, da qual já vos falei aqui. Este procedimento consiste em deixar que uma bactéria fermente determinados extratos vegetais, libertando diversos fitoquímicos das complexas matrizes em que se encontram. Nesses extratos, encontrar-se-ão também as enzimas das quais queremos tirar partido.

Atualmente, são mais usados os extratos fermentados de abóbora (Lactobacillus/Cucurbita Pepo (pumpkin) Ferment Extract) e romã (Lactobacillus/Punica Granatum Fruit Ferment Extract).



Reparação do dano induzido pela radiação solar

O nosso corpo já possuiu diversas enzimas com esta função, e que são essenciais para prevenir o envelhecimento prematuro das células, bem como a formação de carcinomas. No entanto, quando as células sofrem demasiadas agressões, estas enzimas podem são ser suficientes para protegê-las de lesões no DNA...

Com base nisto, desenvolveram-se formas de fornecer à pele enzimas reparadoras semelhantes às que já existem, com o objetivo de reforçar a sua capacidade de defesa. É preciso ter em conta que a utilização destas enzimas em cosméticos tem mais limitações do que a das anteriores, e que são descritas no título seguinte.

  • Fotolíase
A radiação solar ativa esta enzima, estimulando-a a reparar danos no DNA. A fotolíase não é produzida pelos animais, e por isso é extraída do plankton para ser incorporada em cosméticos.

São necessários cerca de 20 minutos de exposição solar para ativar a sua ação.

  • UV endonuclease
Ao contrário da fotoliase, esta enzima não necessita de radiação para ser ativada. Já foi usada com sucesso no tratamento do xeroderma pigmentoso, uma doença de pele que se caracteriza por uma maior dificuldade em reparar danos no DNA, e por isso pensa-se que possa também ser  eficaz para retardar o fotoenvelhecimento.

  • Enzimas semelhantes à Superoxido Dismutase
Esta enzima tem uma importante ação antioxidante num grande número de seres vivos, e tem vindo a ser utilizada em cosmética como proteção contra o fotoenvelhecimento provocado pela radiação UV.

Neste tipo de produto, é utilizada uma enzima derivada de bactérias aquáticas que é extremamente resistente e particularmente ativa a temperatuas elevadas. Isto é muito importante se pensarmos que a radiação solar aumenta a temperatura da pele.


Limitações no uso de enzimas

Embora as ações das enzimas pareçam fascinantes, não é fácil garantir que estas moléculas permaneçam intactas e funcionais nos produtos formulados, ou que consigam chegar exatamente aos locais onde devem atuar.

Isto acontece por várias razões:

  • Degradação e inativação
As enzimas são estruturas extremamente complexas e sensíveis às das condições do ambiente que as rodeia. Quando se formulam cosméticos contendo enzimas, é necessário conhecer e respeitar os intervalos de pH e temperatura a que estas moléculas permanecem funcionais, mas também os ingredientes que possam ser incompatíveis com elas.

Por outro lado, é difícil de garantir que todas estas condições são respeitadas desde a produção até ao final da utilização do produto em nossas casas. Também aqui é importante ter alguns cuidados, nomeadamente com o material de embalagem que se usa, mas também com a forma como os produtos são armazenados.

  • Dimensões

Quando falamos de enzimas estamos a referir-nos a estruturas altamente organizadas de aminoácidos, e por vezes de outras moléculas, que podem ter tamanhos consideráveis. Quando as enzimas têm apenas uma função esfoliante não há qualquer problema, já que o objetivo delas é ficar à superfície da pele.

Mas quando é necessário que as enzimas penetrem através das membranas celulares, ou até que cheguem ao núcleo das nossas células onde está o DNA, é preciso "dar-lhes uma ajuda". Essa ajuda costuma ser o encapsulamento em lipossomas (explicados em detalhe aqui), que conseguem atravessar as membranas celulares e libertar o seu conteúdo no interior da célula. Só que tal como as enzimas, também os lipossomas são altamente sensíveis às condições do meio, o que reforça a importância de uma boa formulação e armazenamento neste tipo de produtos.

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